Metanóia - Mudança de mente.

Paulo escrevendo aos romanos apelou pelas misericórdias de Deus para que se mudassem o modo de pensar. Rm 12:2.

A mudança de mente se faz necessário a cada vez em que o objetivo de uma ideia ou projeto se apresente diante de um indivíduo. O exemplo disto pode ser claramente percebido quando o cidadão muda de trabalho. Se o sapateiro passar a trabalhar como padeiro precisará de uma mudança de hábito, de método de trabalho, de público e de tecnologia, portanto necessitará de uma mudança radical, a fim de que tenha bom êxito.

Na vida ministerial também é assim e se encaixa na continuação do texto em apreço que explica o motivo da mudança: para que se possa experimentar a vontade e objetivo de Deus. Todos que hoje estão inseridos no meio evangélico tiveram que passar por 'metanóia', pois a mente primitiva do ser humano não pode gerar um bom relacionamento com o Criador. No caso de atividades eclesiásticas a mudança é ainda maior, uma vez que tais se evidenciam dos demais, como o professor, instrutor de ignorantes. Há um verso na Bíblia que impactou meu raciocínio, cujo diz: O importante não é como as coisas começam, e sim como elas terminam.

Vejo uma triste realidade nos líderes atuais em muitos segmentos, mas principalmente os evangélicos. Vejo agora unção de apóstolo, é claro que reconheço o ministério apostólico (II CO 1:1) é bíblico, mas me preocupo com a performance dos atuais, parece-me ser apenas um título eclesiástico. A metnóia está acontecendo mas a meu ver, do lado oposto. Paulo disse que o propósito seria experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Parece que Paulo esqueceu de alguns itens que somente agora estão sendo colocados: a honra, a prosperidade e a ostentação. A mudança almejada por Paulo é em relação ao ministério, ao evangelismo e à conversão genuína, penso eu.

No meu pensamento as coisas estão acontecendo da seguinte forma: Os líderes estão centrado mais no sucesso pessoal do que no sucesso da igreja. O pensamento geral é ter uma igreja enorme, para se ouvir: apóstolo tal tem uma igreja de tantos mil membros. Fala-se mais na geração de multidão que em genuína salvação.

O que está acontecendo?

Falta os anos de maturidade em relação ao básico. Falta a paciência de esperar que se conclua a maturidade. Paulo advertiu que não se impusesse as mãos a neófitos. Por quê? porque o neófito não aprendeu o 'abc' direito. Falta a lição de casa. Falta os degraus do entendimento. Aos coríntios Paulo disse: não pude escrever a vocês como pessoas maduras espiritualmente, mas como a imaturos. Por conta dessas coisas estamos vendo o desplante de sucessivas divisões nas igrejas. A ordem foi multiplicar, quem estudou pelo menos até o quarto ano do fundamental sabe que a divisão é a operação inversa da multiplicação. O tempo de formação de um obreiro não pode ser menos de três anos. Jesus investiu aproximadamente três anos e meio para formar os 12 discípulos.

Os atuais líderes, não formam obreiros. Criaram seminários para fazer o que eles não querem fazer.

resultado é pseudo pastores, interesseiros, egoísta e preguiçosos, profetas secos, mestres artificiais vazios do Espírito Santo, das suas bocas sai sermões sem efeito algum. O que se observa é que os obreiros saem dos seminários sem o caráter de ninguém, e mesmo sem ter o seu próprio caráter transformado.

O discipulado é a transmissão do caráter de Cristo aos discípulos, Mas os obreiros teriam que ter em si este caráter, como pode alguém transmitir o que não tem? Se o líder não tem facilidade para perdoar, como poderá ministrar sobre o perdão? Se este líder tem dificuldade para abençoar não terá como ensinar sobre bênção. Ministra-se muito sobre a honra, mas percebe-se que a honra referida é sempre do liderado para o líder, não tem o vice versa... então como fica? E, onde fica Jesus?

A Metanoia é necessária mas ela nunca será implantada em um discípulo, cujo mestre não seja transformado. Paulo teve a coragem de dizer: sejam meus imitadores assim como tenho imitado a Cristo. Quem tem coragem de dizer tal? Por este motivo vemos tantos discípulos afastados, desviados, machucados, desiludidos, isolados querendo estar em qualquer lugar, menos numa igreja. Por isso também encontramos pastores mercadores, vendedores de milagres, de lenços mágicos, de 'varinha de condão'.